O cenário econômico para 2025 ficou mais otimista, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central. O relatório semanal, que reúne estimativas de analistas do mercado financeiro, apontou uma melhora nas expectativas quanto à inflação, ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e ao comportamento do dólar.
Crescimento da economia
Pela segunda semana seguida, o mercado elevou sua projeção para o crescimento do PIB em 2025. A expectativa agora é de um avanço de 2,20%, ligeiramente acima dos 2,18% previstos na semana anterior. Há um mês, a estimativa era ainda menor: 2,02%.
Para os anos seguintes, o mercado prevê uma expansão de 1,83% em 2026 e de 2% em 2027.
No primeiro trimestre de 2025, o desempenho da economia foi impulsionado principalmente pelo setor agropecuário, com um crescimento de 1,4%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2024, o país registrou uma alta de 3,4% no PIB — o quarto ano consecutivo de crescimento, com o melhor resultado desde 2021, quando o avanço foi de 4,8%.
Inflação sob controle
As estimativas para a inflação em 2025 também recuaram. O mercado projeta que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará em 5,25%, abaixo dos 5,44% da semana passada e dos 5,5% registrados há quatro semanas.
Para 2026 e 2027, as projeções seguem inalteradas: 4,5% e 4%, respectivamente.
No mês de maio, a inflação foi de 0,26%, resultado inferior ao de abril (0,43%) e ao de maio de 2024 (0,46%). No acumulado do ano, o índice chegou a 2,75%, com alta de 5,32% em 12 meses. O principal fator de pressão sobre os preços no mês foi o grupo habitação, com destaque para o aumento de 3,62% na energia elétrica residencial.
Juros e política monetária
Para conter a inflação, o Banco Central mantém a taxa básica de juros, a Selic, em 14,75% ao ano. Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou os juros em 0,5 ponto percentual — o sexto aumento consecutivo —, em resposta às pressões de preços, especialmente alimentos e energia, e à instabilidade econômica global.
O Copom não antecipou o que poderá decidir na próxima reunião, marcada para esta terça-feira (17), mas indicou que o cenário segue incerto e exige cautela.
As projeções do mercado indicam manutenção da Selic em 14,75% até o fim de 2025, com queda prevista para 12,5% em 2026 e 10,5% em 2027.
Dólar em queda
O dólar, que atualmente está cotado a R$ 5,51, deve encerrar 2025 a R$ 5,77, conforme a estimativa mais recente. A previsão é mais baixa do que a registrada na semana anterior (R$ 5,80) e inferior também à de um mês atrás (R$ 5,82).
Para os anos de 2026 e 2027, o mercado mantém a expectativa de que a moeda norte-americana feche ambos os períodos em R$ 5,80.
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